As linhas de Nazca:
: Deserto de Nazca, Peru. 
: 500 AC - 500 DC.
Cultura: #Nazca, #Paracas, #Chincha, etc.








Cultura: #Nazca, #Paracas, #Chincha, etc.






As linhas e geoglifos de Nazca são uma das áreas arqueológicas mais relevantes do mundo.
Elas estão localizadas nas planícies desérticas da bacia do rio Rio Grande de Nazca, o sítio abrange uma área de aproximadamente 75.358,47 hectares.
Elas estão localizadas nas planícies desérticas da bacia do rio Rio Grande de Nazca, o sítio abrange uma área de aproximadamente 75.358,47 hectares.
Os geoglifos são desenhos no solo feitos pela remoção de rochas e terra, as rochas que cobrem o deserto se oxidam e atingem uma cor de ferrugem, e, quando os 30 a 15 centímetros superiores da rocha são removidos, uma areia de cor clara e de alto contraste é exposta.
Com a falta de atividade pluvial, vento e erosão na região, os projetos expostos permaneceram praticamente intactos durante milênios, e esse é um dos exemplos de que quem as fez, sabia que iriam durar, pois o local era propício para isso.
No total, são mais de 800 retas, 300 figuras geométricas e 70 desenhos de animais e plantas, também chamados de biomorfos.
Algumas das linhas chegam a 50 km, enquanto os biomorfos podem chegar a 370 metros de comprimento.
Algumas das linhas chegam a 50 km, enquanto os biomorfos podem chegar a 370 metros de comprimento.
A civilização Nazca prosperou de 200 AC a cerca de 600 DC nas planícies áridas do sul do Peru, construíram dois grandes complexos urbanos e eram altamente sofisticados, também são conhecidos por suas cerâmicas e tecidos, mas são mais famosos pelos geoglifos de Nazca e Palpa.
A cultura Paracas, famosa pela “candelabra de Paracas” é a precursora da Nazca e muitos historiadores atribuem o desenvolvimento das técnicas a eles. Em 2018, 25 glifos foram assinalados como pertencentes a cultura. Ao norte de Nazca, a cultura Chincha também produziu geoglifos.
Há discordâncias sobre por que essas culturas as fizeram. Arqueólogos e antropólogos propuseram muitas teorias ao longo dos anos, incluindo; propósitos astronômicos, direções para fontes e fluxos de água, padrões de tecelagem, escrita hieroglífica, representações de deuses +
animais espirituais, caminhos de procissão religiosa, ou algum tipo de mapa. Também há seguidores para a crença de que eles são algum tipo de mensagens para deuses alienígenas.
Maria Reiche sugeriu que as linhas têm um significado astronômico, correspondendo às constelações visíveis durante certas estações do ano. Por exemplo, a figura do Macaco com a constelação da Ursa Maior, o Golfinho e a Aranha se correlacionam com a constelação de Orion, etc.
David Johnson, Johnny Isla e Markus Reindel acreditam que as figuras de Nazca são marcadores de um fluxo de água subterrâneo, formando um enorme mapa de recursos hídricos subterrâneos indicando a localização de poços e aquedutos.
O Instituto Arqueológico Alemão e o Instituto de Pesquisas Arqueológicas Andinas compartilham outra teoria. Eles descobriram oferendas perto dos geoglifos que pareciam ser apaziguadores para os deuses, talvez para garantir fertilidade, colheitas e um bom suprimento de água.
Um estudo relatado no Live Science suporta a teoria de que as linhas de Nazca foram criadas para que os peregrinos pudessem ver os símbolos e marcações ao longo de uma rota cerimonial que levava ao complexo do templo de Cahuachi, um importante centro da cultura de Nazca.
Erich Von Däniken, pegando duas análises e teorias já feitas antes, como o fato delas só poderem ser apreciadas do céu e por isso poderem ser mensagens para os deuses, acredita que extraterrestres estejam envolvidos na premissa das linhas, ou até que sirvam para pistas de pouso.
Apesar de não ser levada a sério pela arqueologia, as hipóteses de Däniken, em contrapartida, foram de grande ajuda pro desenvolvimento do turismo e preservação desse sítio arqueológico, que corria e ainda corre, o risco de ser prejudicado por indústrias e outras companhias.
Existe também um padrão muito interessante, que mostra que a cultura Nazca, apesar da área desértica dos pampas, teve uma relação muito forte com as selvas e a Amazônia peruana, isso se deve a alguns dos mais famosos geoglifos do sítio arqueológico:
Uma delas é o Beija-flor. O Peru é o lar de muitas espécies de beija-flores, com cerca de 125 já registradas, mas pesquisas ornitológicas demonstram que a figura é uma representação do “eremita”, (Phaethornithinae) uma subespécie de beija-flor, encontrada em florestas tropicais.
Outro que chama atenção é o da aranha
, entomologistas descobriram que o glifo é de um gênero pertencente a Ricinulei, mas esse gênero de espécie em particular não é nativa do Peru, vivendo nos lugares mais inacessíveis da floresta amazônica, a incríveis 1.500 km de distância.

Não há dúvida quanto ao gênero de aranha, mas a precisão do geoglifo é notável.
Essas aranhas tem seus órgãos reprodutivos na ponta de uma de suas pernas uma observação bem detalhada por parte dessa cultura.
Essas aranhas tem seus órgãos reprodutivos na ponta de uma de suas pernas uma observação bem detalhada por parte dessa cultura.
Quanto ao do macaco
, não temos uma espécie atribuída, mas eles não são nativos da costa do Peru, e sim das regiões selvagens, isso é confirmado com a espiral na cauda, uma possível representação da cauda preênsil, característica dos primatas arborícolas do “novo mundo”.

Fugindo dos zooglifos, temos outros encantadores, como o “astronauta”
, este geoglifo realmente tem certa semelhança, mas o que exatamente esta figura humana representa permanece um enigma. Pesquisadores acreditam que seja um geoglifo da era Paracas, anterior à cultura Nazca.

E uma das minhas, particularmente, favoritas, é a conhecida como “mandala”ou “estrela”, glifo extremamente remoto, no topo do planalto árido de uma das montanhas, Um grande quadrado mede 55 m de diâmetro, enquanto um círculo interno mede o mesmo diâmetro.
Vários quadrados menores, com cerca de 6 metros de largura, parecem ter sido gravados na paisagem junto com uma variedade de buracos estrategicamente colocados.
O que significa ninguém sabe, mas é certamente uma dos mais belos e encantadores glifos da região.
O que significa ninguém sabe, mas é certamente uma dos mais belos e encantadores glifos da região.
As linhas de Nazca, não atoa, se tornaram um dos mais famosos sítios arqueológicos do mundo com tantos mistérios, teorias e imagens que nos encantam, já que a maioria só se consegue observar do céu.
A necessidade de respostas pros seus propósitos é uma missão científica importante, mas pra mim, ao menos por enquanto, devemos humildemente reconhecer que não sabemos.
Alguns complementos:
É impossível falar sobre as linhas de Nazca, sem mencionarmos Maria Reiche, apelidada carinhosamente como “La dama de la Pampa”.
Seus estudos, artigos e livros revolucionaram a arqueologia peruana e nos deu muito entendimento sobre as culturas do deserto.
É impossível falar sobre as linhas de Nazca, sem mencionarmos Maria Reiche, apelidada carinhosamente como “La dama de la Pampa”.
Seus estudos, artigos e livros revolucionaram a arqueologia peruana e nos deu muito entendimento sobre as culturas do deserto.
No ano passado foram identificados 140 novos geoglifos por uma equipe da Universidade Yamagata do Japão, com diversas representações de humanos, animais, objetos, e outros padrões. https://www.google.com.br/amp/s/www.sciencealert.com/over-140-mysterious-geoglyphs-discovered-within-the-ancient-nazca-lines/amp
E recentemente, durante restaurações no sítio arqueológico, foi também descoberto um enorme glifo de um felino, a notícia ficou bem famosa e muitos memes foram feitos. Certamente não serão os últimos, novos geoglifos na região parecem sempre estar clamando para serem achados. https://twitter.com/arqueoespirito/status/1317828408219475970
Alguns links e vídeos complementares também: https://www.google.com.br/amp/s/www.livescience.com/amp/65755-mysterious-nazca-lines-birds-identified.html