A thread sobre o porquê do gênero neutro não existir:
Começando discutindo sobre as ciências de linguagem, a qual tem três ramos, sendo eles o som, estrutura e significado.

Dentro do som estão o estudo de fonética e fonologia.

Da estrutura morfologia e sintaxe.

Do significado estão a pragmática e semântica.
Como todos sabem existe a língua falada e a língua escrita, uma nunca interfere na outra. Ou seja, os acordos ortográficos raramente tem um impacto gigante na língua falada( e vice).
Ou seja, o mito do "existe influencia social na língua escrita" é puramente um mito.
O português é derivado do latim(eu odeio português e o latim, mas ambos são bem construídos) e no latim existiam os gêneros neutro, masculino e feminino.
Agora vamos do porquê a linguagem portuguesa neutro não funcionar:
Sobre o "@" e o "x":

É simplesmente impossível você substituir um morfema de gênero por outro. E como dito antes, língua falada e escrita não se confundem. Ou seja, é impossível essa tentativa fútil de neutralizar gênero, visto que é impronunciável e não possuí influencia
Morfológica no PB. Concluindo que tal tentativa destrói DOIS dos ramos das ciências da linguagem, o som e a estrutura.

Lembre-se do que aprenderam na escola, para uma palavra existir ela precisa ter som, estrutura e significado. Não existe palavra sem um desses três no PB.
Agora com o "e", "u" e o "i"(esse pouco usado pelas feministas e LGBT):

Bom, criando estes morfemas que são pronunciaveis você cria outro problema prático que vai de encontro com a história do português. Como a própria cientista feminista Monique Freitas disse:
“Entretanto, como mencionado anteriormente, devido às características morfossintáticas da língua portuguesa, a construção de frases conjugadas a partir das propostas de gênero neutro aqui exemplificadas, implica em um processo espinhoso, pois depende da alteração de não apenas um
um item gramatical, mas sim da total adaptação dos sintagmas nominais."
Assim podemos ver que nem mesmo uma cientista feminista apoia um genero neutro no portugues, visto que seria um processo de mudança total da lingua, tanto falada como escrita, oque torna impraticavel.
Mas o portugues tem uma razão bem interessante do porquê ser invalido.
Começando do latim vulgar, pro portugues arcaico e indo para o portugues moderno( passando pela HISTORIA da lingua) o proprio sistema demonstar que essas alternativas sao ineficazes e aqui vai o porque:
Começando da dialética do latim, quase todas as desinências casuais deram lugar a preposições (exceto os casos nominativo e acusativo) e os três gêneros expressos foneticamente passaram a ser dois. Tal mudança deu origem ao gênero masculino e feminino.
tal quadro mostra a mudança
( por favor vejam o quadro para entenderem esta parte!).

Como ninguem gosta do nominativo(ironia) ele caiu em desuso e cedou espaço para o acusativo, nisso a primeira declinação do plural(ae) e a segunda(i) viraram ''as'' e ''os'' do acusativo.
Além disso houve a simplificação das CINCO declinações do latim para as suas vogais tematicas( agora vc ficar alegre porque o portugues e gente boa)
A primeira declinação é "a";
A segunda, "o/u";
A terceira, ''i/e'';
A quarta ''u'';
A quinta ''e'';
No processo de simplificação a quinta declinação vai para a terceira e os da quarta para a segunda( por causa da semelhança FONETICA).

Ou seja, nomes como mundO e desejO têm a mesma vogal temática “o” (2ª declinação).
Outros nomes, como "senhor", "luz” e “animal”, por não apresentarem vogal temática em suas formas lemáticas, demonstram-na através de seus plurais (“senhores”, “luzes” e “animaes” (posteriormente “animais”)).

obs: terceira declinação ''e/i'' por isso animaes= animais
É aqui que as coisas começam kkkkk.
o ''e/i'' e da terceira declinação e o ''u'' e da segunda.
Alegando isso podemos refutar a utilização do ''u'' porque ele é da declinação do ''o/u'', ou seja, masculino kkk( refutamos o ''u'' com pouco estudo).
entenderam agora porque as vezes ''meninos'' sai com o som de ''meninus'??????? é rapaz, a lingua portuguesa é bem feita e vocês(terceira declinação ''e'') deveriam ter respeito para com ela. Com um pouco de estudo superficial a gente como a entender uma porrada de coisa.
Voltando ao assunto principal: Nomes da terceira declinação vieram ao portugues como em A mortE, O nomE, A saud. A vogal tematica ''e'', por nao possuir genero, esta presente tanto em nomes masculinas quanto femininas
Segundo Caroline Pires e Valéria Monaretto, no português atual:
“as formas neutras dos substantivos e adjetivos latinos foram absorvidas ora pelas palavras de gênero masculino ora pelas de gênero feminino, não apresentando atualmente a expressão gramatical para a categoria semântica neutra.
A flexão de gênero em português é caracterizada pelo emprego do morfema -a para o gênero gramatical feminino e pelo morfema zero (Ø) para o gênero gramatical masculino;
ou seja, não marcado por morfema algum, assim como ocorre com o plural em português, que possui o morfema –s para o plural e morfema zero para o singular.”
Todo mundo sabe que a construção dos nomes no PB são atraves das vogais tematicas ''a'' ''e'' e ''o''.A vogal tematica ''a'', nos substantivos femininos, alem de carregar o tema, carrega o genero. Porem o mesmo ñ ocorre com a outras duas vogais que têm morfema zero (Ø) para gener
Isso e o mesmo que dizer que qualquer nome que ñ esteja no feminino concorda com masculino tanto com nada. E o mesmo que dizer que a lingua so tem um genero quando morfematicamente marcado. Pois os adjetivos concordam com nada. Como em ''O frio é ruim''.
A vogal temática “e” dá conta de determinar que um nome não está fazendo concordância de gênero, pois a única concordância de gênero possível são os marcados.
Para o sistema é inutil você atribuir uma marca ao ''e'' ja que a mesma ñ esta em oposição com o ''a''
Ao passarmos as palavras do singular para o plural é possivel notar que o portugues tende a evidenciar a forma marcada(feminina) em detrimento da ñ marcada(masculina).
Ex: oi menino( direcionada a um do genero masculino)
Ex: oi meninos( direcionada a todos, nao importa genero)
Ex: oi menina ( para um genero feminino).
Ex: oi meninas ( para um conjunto de apenas um genero).
Percebe que no segundo exemplo temos uma forma não marcada que abarca todos os sexos; não é uma forma exclusiva.

(o mesmo ocorre com todos).
Todos, exceto o segundo exemplo possuem marcação de genero.
Agora, lembre-se das declinações de aquele quadro(que esta incompleto) kkk aqui vai ser osso pra entender kkkkkkkkkk.

Segundo Pire e Monaretto:
“o desaparecimento do neutro deu-se pela confusão com o gênero masculino dos casos nominativo, vocativo e acusativo, que possuíam terminações idênticas para ambos os gêneros Além da confusão morfológica, também se presenciou (..) uma confusão fonética pela queda, no latim vulgar,
do -s e do -m nas palavras”.
Ou seja, como as palavras latina da primeira da declinação tendem a ser femininas no PB, com a queda do caso nominativo restou ao sistema singular o UM e o plural o OS do caso acusativo da segunda declinação.
Com o desaparecimento do S e do M ficou impossivel distinguir algumas palavras que antes eram morfologicamente e foneticamente diferentes. Com consequencia disso, o neutro e o masculino ficaram sendo confundidos e fundidos em um só morfologicamente.
Resumindo isso tudo: com a queda do caso nominativo restou ao sistema a segunda declinação dos caso acusativo ai você soma ao desaparecimento do M e do S que antes separava as formas. E advinhem? se voces voltarem la no quadro e que o ''u''(que é o neutro do latim).
e que se perceberem no quadro verao que com o fim do M, do S e do caso nominativo a segunda declinação ''u/o'' (masculino e o neutro) foram fundidas. E porquê o ''e/i'' ñ funciona? Porque é redundante e ineficaz atribuir genero neutro a ele, visto que ''e'' e ''o'' nao
sao oposicao ao ''a''. E porque eu disse que dava pra refutar o ''u''? Mesmo, historicamente, ele sendo neutro morfologicamente? Porque ele ta na segunda declinação( e usando a contradição) Porque incluir o ''u'' se ele esta na declinação do ''o'' que dizem ser machista?????
Ou seja, a segunda declinação e a terceira possuem o mesmo sentido kkkk.
Ex: o servente, a servente, a serventA.
Ñ tem como escrever o serventa.
O argumento lingua machista e ñ inclusa e destruido com simples estudo de historia da lingua. Porque, olhe: o homEm, a mulhEr. Ambos ja estão na terceira declinção( neutro).
Resumo da historia: botar E no lugar de O e redundancia, alem de destruir a morfologia da palavra. E colocar U no lugar de O tambem é redundancia. Mas se colocar qualquer uma dessas no lugar de A, ai voce quebra o sistema todo.
E ñ saia daqui defendendo botar o E no final para indicar neutralidade, alem de redundancia, você ta tirando a neutralidade de genero. A segunda declinação é a masculino/ neutro. A terceira é, literalmente, para complementar as palavras e isso tambem quebra o sistema.
Conclusão: a lingua portuguesa e inclusa, bem feita e é feminista( ja que so o feminino possui marcação).
You can follow @CarolinaRaposA.
Tip: mention @twtextapp on a Twitter thread with the keyword “unroll” to get a link to it.

Latest Threads Unrolled:

By continuing to use the site, you are consenting to the use of cookies as explained in our Cookie Policy to improve your experience.